quinta-feira, 1 de novembro de 2012
TODA A SOLIDARIEDADE A FREI GILVANDER MOREIRA
Toda a solidariedade a
Frei Gilvander Moreira
Frei Gilvander Moreira
Belo Horizonte, 06 de julho de 2012.
Nós, do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações – BH, manifestamos nossa total solidariedade ao companheiro Frei Gilvander Moreira, que vem sofrendo ameaças por defender intransigentemente os direitos humanos – sobretudo o direito à moradia e à terra para quem nela trabalha – e combater a privatização da cidade pela institucionalidade e o capital.
Repudiamos com veemência estas ameaças que se escondem na covardia do anonimato mas, sabemos muito bem, estão a serviço daqueles que criminalizam os pobres, a luta política e os movimentos sociais: a repressão é useira e vezeira deste tipo de procedimento infame.
Frei Gilvander está inserido no Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais – PDDH-MG. Sabemos, no entanto, que é a continuidade da luta e o respaldo dos movimentos sociais que poderão garantir a integridade física do companheiro e o fim das ameaças e intimidações.
Pelo fim das ameaças ao companheiro
Frei Gilvander!
Viva a luta popular!
Abaixo a repressão!
Assinado: Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações/FPSO-BH
Participam do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações de Belo Horizonte:
Associação Brasileira dos Advogados do Povo/ABRAPO, Associação dos Geógrafos Brasileiros/AGB-BH, Associação Metropolitana de Estudantes Secundaristas/AMES-BH, Brigadas Populares/BPs, Coletivo Mineiro Popular Anarquista/COMPA, CSP-Conlutas, Coletivo SobreHistória.org, Coletivo Travessia - Letras UFMG, Coletivo Voz Ativa, Comissão Pastoral da Terra/CPT, Corrente Sindical Unidade Classista, D.A Letras UFMG - “Gestão ao Pé da Letra”, DCE UMA - Gestão Passo a Frente, Fórum Social Mundial-MG/FSMMG, Instituto Caio Prado Júnior/ ICP-MG, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania/IHG, Movimento Luta e Classe/MLC, Movimento Mulheres em Lutas, Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas/MLB, Movimento Luta de Classe, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto/ MTST, Movimento Marxista 5 de Maio/MM5, OCUPABH, Ocupação Dandara, Ocupação Camilo Torres, Ocupação Eliana Silva, Ocupação Irmã Dorothy, Ocupação Zilah Spósito – Helena Greco, Partido Comunista Brasileiro/PCB, Partido Comunista Revolucionário/PCR, Partido Socialismo e Liberdade/PSOL, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado/PSTU, Quilombo Raça e Classe, SINDMETAL de Mário Campos e Região, SINDREDE, SINDELETRO, União da Juventude e Rebelião/UJR, União da Juventude Comunista – UJC, SINDMASSA.
NOTA DE APOIO ÀS OCUPAÇÕES EM BH
NOTA DE APOIO ÀS OCUPAÇÕES EM BH
BELO HORIZONTE, 8 DE JULHO DE 2012
Acompanhamos
nos últimos anos as contradições do e no espaço belorizontino onde
ocorre um processo de exclusão dos mais pobres. Podemos apontar como
principais responsáveis por esse processo a Prefeitura de Belo
Horizonte, o Governo de Minas, os agentes imobiliários, os proprietários
fundiários e dos vários meios de poder econômico produtivo e
especulativo (como o financeiro), o Ministério Público e a Metrópole uma
vez que o espaço atual não é só acúmulo do passado, mas
também tendência já posta, que se coloca como modelo de cidade a ser
obedientemente perseguido.Como
exemplo dessa política de exclusão podemos citar o acontecimento mais
recente, o despejo ilegal da ocupação Eliana Silva no dia 11 de abril
que foi realizado com um enorme aparato militar e com o uso da
violência. A operação da Policia Militar de Minas Gerais contou com mais
de 500 policias de diferentes repartições como o Canil, a Cavalaria,
a ROTAM, o Choque, o GATE, helicóptero e o Blindado conhecido como
“Caveirão”. E não perdemos de vista a constante iminência de despejo de
pelo menos mais quatro comunidades (Dandara, Camilo Torres, Irmã Doroth e
Zilah Spósito/Helena Greco). Temos clareza que a moradia não é só um direito, mas uma necessidade imediata para qualquer pessoa. Por esse motivo compomos e solidarizamos com a LUTA pelo acesso a moradia, pois entendemos que o aluguel expressa a lógica de reprodução ampliada do capital (remuneração dos proprietários fundiários e dos demais agentes capitalistas) e não aceitamos a humilhação
do morar de favor. A situação da moradia no Brasil é um problema
estrutural tornado contínuo, histórico. Em Belo Horizonte, como em todas
as cidades do país, há muitos terrenos, casas, apartamentos vazios, sem
qualquer uso, concentrados nas mãos de uns poucos em proveito próprio e exclusivo (portanto, exclusão dos demais), enquanto ao mesmo tempo há milhares de famílias que em uma vida inteira de trabalho não conseguem adquirir uma moradia com seus salários.
Atualmente
a metrópole belo-horizontina possui um déficit habitacional de 198 mil
unidades. A Prefeitura de BeloHorizonte se propõe a construir 1000
unidades por ano. Se for somente assim, famílias terão que esperar na
fila durante quase 200 anos para ter acesso à casa própria. Nesse
contexto, para a faixa de renda familiar mensal de até 3 salários
mínimos, o programa habitacional Minha Casa Minha Vida se realiza apenas
nos municípios vizinhos, pois em Belo Horizonte o valor dos terrenos está maior que a disposição de dinheiro para a produção de habitação popular. Ou seja, por enquanto ocorre mais periferização e até expulsão de ocupações antigas, como as favelas, vilas e mesmo em bairros legalizados onde mora a maioria das famílias trabalhadoras do município. Assim, esta política estabelece uma constante tensão com setores diversos da sociedade, em especial os grupos sociais que lutam pela terra urbana, pois não ataca a questão de fundo: a propriedade privada eos meios para dela arrancar mais dinheiro, tudo isso concentrado nas mãos de poucos.
Atualmente,
são inúmeras as ocupações em Belo Horizonte. Milhares de pessoas vivem
nestas comunidades e por isso exigem que os poderes constituídos
reconheçam a política habitacional que elas realizaram de fato nos
terrenos, retirando-os da sanha da valorização imobiliária e financeira.
Exigem que o Governo do Estado e a Prefeitura de Belo Horizonte
regularizarem a posse e a propriedade dos terrenos para que eles passem a
cumprir juridicamente o que já cumprem na prática: o uso para moradia!
No
entanto, os movimentos de ocupações se apresentam com uma pauta para
além da moradia, pois evidenciam os conflitos que envolvem o direito à
cidade, denunciando o processo de valorização do solo urbano, a
mobilidade exclusiva para o trabalho (e não para usufruir de tudo mais
que a classe trabalhadora contribui com seu suor), o processo de
higienização social, a elitização das áreas centrais, o direito ao
lazer, o topocídio (eliminação dos lugares de convivência coletiva), em
síntese, vigora em Belo Horizonte a postura mercantilista de gestão da
cidade.
As
comunidades e o Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações estão
mobilizados para resistir aos ataques promovidos pelo governo municipal
de Márcio Lacerda, pelo governo estadual de Antônio Anastasia, pelo
governo federal de Dilma, pelo poder judiciário e pelos capitais
(imobiliário, comercial, financeiro), os quais forçam a expulsão dos
pobres da cidade para privilegiar as elites econômicas.
ENQUANTO MORAR FOR UM PRIVILÉGIO,
OCUPAR É UM DIREITO!
Participam do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações de Belo Horizonte:
ABRAPO, Associação dos Geógrafos Brasileiros/AGB-BH, Associação
Metropolitana de Estudantes Secundaristas/AMES-BH, Brigadas
Populares/BPs, Coletivo Mineiro Popular Anarquista/COMPA, CSP-Conlutas,
Coletivo SobreHistória.org, Coletivo Travessia - Letras UFMG, Coletivo
Voz Ativa, Comissão Pastoral da Terra/CPT, D.A Letras UFMG - “Gestão ao
Pé da Letra”, DCE UMA - Gestão Passo a Frente, Fórum Social
Mundial-MG/FSMMG, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e
Cidadania/IHG, Movimento Mulheres em Lutas, Movimento de Luta nos
Bairros Vilas e Favelas/MLB, Movimento Luta de Classe, Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto/ MTST, Movimento Marxista 5 de Maio/MM5, OCUPABH,
Ocupação Dandara, Ocupação Camilo Torres, Ocupação Eliana Silva,
Ocupação Irmã Dorothy, Ocupação Zilah Spósito – Helena Greco, Partido
Comunista Brasileiro/PCB, Partido Comunista Revolucionário/PCR, Partido
Socialismo e Liberdade/PSOL, Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificado/PSTU, Quilombo Raça e Classe,SINDMETAL de Mário Campos,
SINDREDE, SINDELETRO, União da Juventude e Rebelião/UJR, União da
Juventude Comunista– UJC, SINDMASSA.
ATO EM SOLIDARIEDADE AOS OPERÁRIOS DO JIRAU
- MANIFESTAÇÃO PÚBLICA DE APOIO AOS OPERÁRIOS DE JIRAU, COM A PRESENÇA DO COMPANHEIRO RAIMUNDO BRAGA DA CRUZ SOUZA, PRESO E TORTURADO NOS CANTEIROS DE OBRA DA CAMARGO CORREA E NO PRESÍDIO URSO BRANCO, RONDÔNIA.
- COMPORÃO
A MESA DE TRABALHO: RAIMUNDO BRAGA, ERMÓGENES JACINTO DE SOUZA(ABRAPO) E
MILITANTES DA LIGA OPERÁRIA, SINTECT, CSP-CONLUTAS, INSTITUTO HELENA
GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA E DO FÓRUM PERMANENTE DE
SOLIDARIEDADE ÀS OCUPAÇÕES-BH.
DIA 28 DE JUNHO/2012, 5ªFEIRA, ÀS 18:30H.
"SOMOS TODOS ELIANA SILVA"
Nota do Fórum Permanente de Solidariedade as Ocupações de Belo
Horizonte
“Somos todos Eliana Silva”
Na manhã de
11 de maio de 2012, a
Polícia Militar de Minas Gerais, de forma truculenta, executou uma ação de
despejo na Ocupação Eliana Silva no Barreiro em Belo Horizonte. Iniciada
em 21 de abril de 2012 e organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vila e
Favelas, a Ocupação Eliana Silva se formou como um novo foco da luta pela
moradia em Minas
Gerais. No entanto, nesta sexta-feira, dia 11 de maio, moradores
e apoiadores da ocupação testemunharam a face mais cruel e impiedosa da
prefeitura de Belo Horizonte. A mão violenta do braço forte do Estado burguês
pesou mais uma vez sobre o pobre, negro e trabalhador. Esse Estado jogou ao
frio das ruas, ao relento da marginalidade, pais, mães e filhos que buscavam o
que lhe era legítimo, o direito a moradia.
Qual seria a
maior contradição dessa ação policial tendo em posse um mandato judicial
solicitado pela Prefeitura? Um Estado que usa seu aparato orgânico para descumprir
os direitos e leis básicas humanas? Ou uma investida do poder público contra a
base social a serviço de interesses individuais particulares ou mesmo
politiqueiros? Ressaltamos aqui que a ação de reintegração de posse expedida
pela juíza Luiza Divina, da 6° Vara da Fazenda Municipal, foi emitida mesmo sem
a comprovação da posse do terreno pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte,
mostrando uma total arbitrariedade de ações e decisões.
Os que
estavam presentes durante a desocupação - integrantes do Fórum Permanente de
Solidariedade às Ocupações de BH, formado por moradores de comunidades
vizinhas, movimentos populares e sociais, coletivos autônomos e independentes,
sindicatos e centrais sindicais, entidades e organizações de esquerda -
presenciaram uma operação da policial similar à operação do Complexo do Alemão
no Rio de Janeiro.
Uma tropa de
Choque da polícia militar fortemente armada, a cavalaria e até um tanque de
guerra urbano (também conhecido como Caveirão), invadiram e despejaram friamente
famílias provocando sentimento de injustiça e indignação. Todavia não havia
tráfico, não havia armas para “resistir”. Havia fome, esperança, frio, alguns
móveis provenientes de doações, assim como roupas, trabalhadores, lonas,
crianças dormindo, mães preocupadas e um forte desejo de resgatar a dignidade
através da moradia. Todas as comunidades em volta da ocupação Eliana Silva,
assim como escolas, comércios, postos de saúde, moradores foram contra esse ato
criminoso do Estado representado pela tropa de choque da PM.
Vários
relatos indignam, mas não mais impressionam, como na desocupação da Eliana da
Silva, onde um policial rendeu uma mulher no chão, com os joelhos sobre o seu
corpo porque, demonstrava esse, uma incrível incapacidade de dialogar. Essa
mulher, professora, não tinha treinamento militar, não tinha arma, e tão pouco
uma tropa armada para começar uma guerra civil, mas tinha sim a razão do pobre,
trabalhador que parece ser o maior perigo para o Estado. Mães com crianças no
colo, pais de famílias, tentavam retornar a suas casas no terreno da ocupação e
foram cruelmente impedidas pela cavalaria da tropa de choque da polícia. Foram
recebidos com golpes das armas dos policiais ali presentes. Várias pessoas
traziam no corpo marcas do enfrentamento direto com a polícia.
Ações assim,
não são novidades no quadro nacional, ou mesmo em Belo Horizonte. Todos
recordam que, recentemente a polícia de forma truculenta invadiu a comunidade
Pinheirinho - São José dos Campos - SP cometendo barbaridades, expulsando moradores,
batendo em pais de família, quebrando casas, matando trabalhadores, maltratando
pessoas a mando do governo, respaldados pelo poder judicial. Lembramos também
dos policiais que entraram na ocupação Zilah Spósito-Helena Greco, agredindo
todos os moradores, inclusive crianças que levaram nos olhos spray de pimenta e
mães que tiveram suas casas jogadas no chão. Os enfrentamentos são constantes
em comunidades e quilombos, como Dandara, Irmã Dorothy, Camilo Torres, Arturos,
Luízes e Mangueiras entre vários outros.
O Fórum
Permanente de Solidariedade as Ocupações de BH, sempre que acionado vai ser
obsessivo, contra esse modelo de Estado, onde quem governa é uma elite
minoritária e burguesa. Esse grupo de luta e resistência junto às ocupações,
formado por militantes, ativistas, trabalhadores e estudantes, vem através
desta nota, não somente declarar
repúdio, não
somente reivindicar os direitos desses, mas afirmar o princípio que estará
sempre na briga, buscando a unidade nessa luta contra um Estado imperialista e
opressor.
Pois nossa
luta é diária e reside em cada pobre, negro, mulher, trabalhador, sem teto e
oprimido.
Belo
Horizonte, 15 de maio de 2012.
Participam
do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações de Belo Horizontes:
Associação
dos Geógrafos Brasileiros/AGB-BH, Associação Metropolitana de Estudantes
Secundaristas/AMES-BH, Brigadas Populares/BPs, CSP-Conlutas, Coletivo Voz
Ativa, Comissão Pastoral da Terra/ CPT, D.A Letras UFMG - “Gestão ao Pé da
Letra”, Fórum Social Mundial-MG/FSMMG, Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania/IHG, Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas/MLB,
Movimento dos Trabalhadores sem Teto/ MTST, Movimento Marxista 5 de Maio/MM5,
OCUPABH, Ocupação Dandara, Ocupação Camilo Torres, Ocupação Eliana Silva,
Ocupação Irmã Dorothy, Ocupação Zilah Spósito – Helena Greco, Partido Comunista
Brasileiro/PCB, Partido Socialismo e Liberdade/PSOL, Partido Socialista dos
Trabalhadores Unificado/PSTU, União da Juventude Revolucionária/UJR, Coletivo
SobreHistória.org, SINDREDE, SINDELETRO, CSP-Conlutas, Quilombo Raça e
Classe, Movimento Mulheres em Lutas.
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